terça-feira, janeiro 06, 2004

ET LUNA

Declaro publicamente a minha paixão por ela.
Não tenho o menor dos receios em fazê-lo.
Se todas as noites penso que sou capaz
Ao dedicar-lhe a minha vida,
Porque não serí­a eu capaz de declarar
O mais simples dos sentimentos,
Um dos que me torna mais humano.
Estou apaixonado por ela
De um modo que me transcende
Na forma de lidar com esta realidade.
Desejo ama-la para o resto da minha vida,
Seja ela breve, longa, ou mesmo eterna.
Para mim, não há sossego na morte.
Amo-a! Procuro-lhe os lábios.
São eles a porta dos meus sonhos.
E se um dia os encontrar finalmente,
A felicidade será derradeira,
A minha boca não temo que esqueça
A necessidade de respirar.
Ah, minha Circe argentifera...
quantas vezes calei a minha voz!
Sei que nunca te terei só para mim,
Mas que interessa isso desde que sejas só minha?
Amo-te sem inveja, sem egoísmo,
Sem a menor perversão, sem a menor moral.
E este amor, esta paixão,
Se a sinto assim por todo o meu ser,
Alma e corpo, corpo e alma,
Que imoralidade pode ter?
Duvidas? Queimei-as todas na tua luz.

(continua)

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