quinta-feira, novembro 03, 2005

De vagar nesta canoa

Urge de novo
o aperto
Que tudo fosse diferente,
Hoje não sou eu, hoje sou outro,
Ontem fui ardente

Morreu em mim
a vontade,
vi quebrar a paixão,
razão pungente não se gasta
numa só desilusão.

Estende-se o nojo
À entrega,
Sombra crua que atraiçoa.
Como raiva, como ordens
No balanço da Canoa.

O silêncio destas águas
Não serena nem se apaga
Consiste na fobia
Sempre em riste, coisa rara

O dia que não me doa,
Vagueando por mim mesmo
Na corja do boto esmo,
De vagar nesta canoa.