quinta-feira, setembro 14, 2006

Cai-nos a morte em cima
sem carícias. Abrupta.
Meus senhores, Minhas senhoras:
Afinal não há bandeiras negras
nem farrapos sibilantes
nem frio ou odores agoniantes
Cai-nos em cima e ficamos ali
sem saber mais em que crer
com um nome seco na boca
a língua numa redoma de recusas
e sentimos os olhos a rebentar
quando não são lágrimas que saem
mas memórias
querer encher de vida um corpo inerte
desejar dar sangue à mão de buril
que um dia nos soube esculpir
queriamos tanto, outra vez, novamente!
a morte sem nos fazer cair cai em nós
Não revelando à sua luz
que também iremos tombar
e quando cai ela Zomba de todos
ensurdecedora
Como se nos vazios batesse o eco da dor