No balanço do comboio
Vai um circo de casacos, de cores,
De personagens, e nevoeiro; adormecidos
Ao sorver tantas cidades
Vou parando nas saudades
Do que ficou para trás
Vem o cansaço do palhaço
Vista de malabarista
E sapatos de água-rás
O anão que é contratado
A mim que canto o fado
De que serve a pequenez
Sou a anca bailarina
O chinês de loiça fina
Recomeço outra vez...
(Onde
Vai bem
Mergulhar
Mas baixinho)
Alguma forma há-de haver
Para acordar e manter este balanço
Passo quieto e [(só) por] dentro danço
No balanço do comboio
Faço espelhos e bonecos de papel
Onde me vejo, a chegar, entorpecido
Onde
Sabe bem
Mergulhar
Devagarinho
Alguma forma há-de haver
Para acordar e manter este balanço
Passo quieto e [(só) por] dentro danço
Ao chinês que canta o fado
Ao pequeno contratado
Ao porteiro revisor
Ao tambor apalhaçado
À mulher da loiça fina
Vou sustendo este balanço
De que serve ter sentido
Mesmo à velha concertina
Se ficou tudo para trás
Vou dançando este caminho
Recomeço outra vez
Com sapatos de água-rás
terça-feira, janeiro 03, 2006
[Pouca Terra]
Publicada por Artur à(s) 9:18 da tarde
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário