quarta-feira, janeiro 04, 2006

Mão



Mão branda nos afaga
A fronte onde nos beijam
Ai gesto que nos queima
Acende qualquer coisa
A ânsia que nos leva, ao
Absurdo do carinho

Soubesse dar ao cais
Como gota da rua
Fizesse moradia
Em bairro de punhais
E a minha voz partia
A minha voz partia
Jamais se ouviria
Já mais alguém rezava
A bordo da balada

Ter vento nos beirais
Angústias sepultadas, ai
Enfado que nos traz
Vazios à chegada
Por ter sangue por pedra, por
Defeito, e por pecado

Quisesse sem querer
Como alma só
Fizesse sem porquê
Em força de amar
E a minha voz partia
A minha voz quebrava
E talvez um dia
A tua mão sentisse
Sem ter medo do Nada!

Sem comentários: