O diabo deu três voltas o diabo do rapaz
Deu três voltas à partida dizia não ser capaz
Faz-te à guerra soldadinho, já és homem tem de ser
Se não és mais pequenino há um preço para crescer
Já não és mais pequenino tua mãe já não te aguarda
Faz-te à guerra, soldadinho, pede colo à espingarda
O diabo deu três voltas, o diabo General
Deu três voltas à maralha ainda assim via tudo igual
Pois por cada soldadinho já lhe dava o desgosto
Viu mais sangue do que vinho escorrendo como mosto
Toda a guerra só se finda se não houver mais para dar
Do que lágrimas nas flores sobre caixa de enterrar
Um país nunca se enterra, a sua boca sabe a lei
Arma-se de soldadinhos, diz-se para obrar o bem
A semente que ele queima, nunca espiga, ou há-de ser,
Alimento para os velhos, e os velhos lidam até morrer
Foi-se embora o menino, eis um homem que se faz
Ao matar um outro homem que afinal era rapaz
Ai diabo que não voltas...
segunda-feira, setembro 05, 2005
Canção de Crescimento Demográfico Relativo
Publicada por Artur à(s) 7:51 da tarde
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1 comentário:
Estes versos são muito actuais mas profundos como os tempos.
Gosto do novo visual da página. parabéns.
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