terça-feira, dezembro 21, 2004

NO FUNDO

Um cogumelo de espuma branca e o ruido do corpo a perfurar o mar
De movimentos congelados pela visão prolongada de um paraíso onde todos os gestos são delicados, sem pricipitações apressadas, sem palavras que possam ferir o casco de navio, ao que os cabelos respondem com uma dança meiga, suave.
Mergulho no azul interior onde a calma se respira por oxigénio, onde lentamente deslizo sem atrito até suster os pés na areia cintilante de um outro tecto. Deixo para trás a condião de ser animal, de ser homem, mutante, sou apenas pensamento. As palavras de antes são bolhas de ar que se soltam por um processo de purificação. Se a carne já não me doi, a mente muito menos arde do roçar das superficies agrestes. Estou livre!
Onde estou?
Aqui não há lugares! Neste sitio não há sitios. Trata-se apenas de um estado: O líquido
Aqui apenas se propagam os murmúrios
Aqui, a propriedade mais doce é o movimento
Aqui tudo se esquece para se aprender de novo, porque no fundo, nada se repete...

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