sexta-feira, setembro 10, 2004

Purismo

O estado de frenesim sempre presente nas veias dos olhos a gemer como madeira seca , apertada por cordas estranguladoras, constrictoras, de um moinho ermo
com os pulsos a gemer, atados, amarrados em peso, violentados pela força que deixa marcas profundas, as do tem de ser, criminosa realidade. Caio, desfeito num estertor, ausentando-me da vida para ganhar dureza de esteio na morte, precedendo em fúria recrudescente o inchar asfixiante dos pulmões até o ar se tornar dor, e solto-me na raiva muda de não saber dizer, de não saber dar o incomensurável existente em mim. Este trono enfraquece-me, a coroa dobra-me o corpo de mendigo, rendilhado de feridas, pustulas da alma, envergonho-me da minha condição. Modelo de mãos frementes esboçando do nada, materializações palpáveis permeabilzantes, portões giganstescos sem fechadura, para que não percas tempo à procura de chaves, expectante, a arrepiar o momento rompante de entradas rebentadas impulsivamente e cordas rasgadas sem cuidados, onde me encontrarás postrado de manto de doçura tua a agasalhar-me a pele nua, engelhado na minha pequenez da felicidade pela comoção de te rever, e te oferecerei as paredes do meu reino indiscrítivel, o mesmo que erigi no ardor das razões impronunciáveis

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