recuso-me a fugir
eu sou a maré nua que transporta a madrugada
como se fosse uma criança
Fingindo-se adormecida no paraíso
rindo irónicamente
a areia fez de mim uma montanha
uma montanha de leveza dos sentidos
segundos preciosos nas horas impiedosas da paixão
absoluto com o desejo incubado
a tremer no meu corpo de madeira polida,
nos cabelos longos de uma mulher jovem,
a ser castigado, como se um homem fosse
Mas Tenho dentes fortes
Basta-me um pequeno gesto,
Abrir a janela,Tingir o céu vazio,
levantar a voz estirada no chão
e com sede existir,
aproximar-me a passos largos,
conseguir o término da relutância
e Abrir a janela ao elemento fundamental
eu sou
eu sou o que transporta a madrugada
quando me treme a voz
sou a criança que quer demasiado
rindo no colo de uma flor
Tango...
sexta-feira, julho 02, 2004
Tango
Publicada por Artur à(s) 2:13 da tarde
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2 comentários:
tu és quem me Apaixona ao descobrir a Beleza no que até hoje só foi triste. és só Luz.
(arco-íris)
Ausência
Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua
Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda que a tua
Sophia de Mello Breyner in Mar Novo, 1958
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