terça-feira, maio 25, 2004

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Alegra-me ouvir o som da chuva por dentro da chuva
É o tilintar luminoso da minha loucura já derramada
Abrupta sobre qualquer sentido de razão
Cuspindo água carregando sobre trapos esquecidos

O corpo macerado de chagas abertas por dentro
Marcado de tanto coçar por dentro
Não sente a rudeza dos trapos que ficam por fora
Parece que já nada o pode aquecer

O som da chuva por dentro da chuva
Esse nasce frio como o corpo gelado
A dor que se faz de unhas afiadas
Solta a loucura como um arrepio nos olhos
Cuspindo água para todos os lados

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