sábado, julho 15, 2006

Fora de mim

Fora de mim, longe do mundo!
corpo enfermo que repouso vazio numa esquina
revisitado pretexto de lamber dos lábios o sal
do esquecimento
o apodrecimento minucioso das pequenas células, todas sem excepção a arder,
e uma voz ulcerosa que calo
resguardando o eco sufocante
com um tiro nos miolos
abatem as cinzas de betume cultural adquirido desde a nascença
merda para tudo isto!
merda que moldo entre minhas mãos
percebes?
Cresce o insulto medra a conspiração
Sobra-me sobretudo um sorriso
E contudo, até de mim mesmo devo desconfiar
Está-me no sangue! Percebes?
É a podridão humana que em mim habita. Ou melhor, que no meu corpo se aloja.
Receptáculo pútrido
Carcassa de ranço
Carrasco asfixiante do qual não me posso romper a não ser por este desdém
Este Ter, este possuir corpo já não me serve de nada. Finalmente!

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