segunda-feira, fevereiro 07, 2005

espirais

espirais de fumo
fumo deste cigarro
artérias
ossos quebradiços
matéria mortal
a carne
os meus braços
estendem-se pelas espirais
seguram sem unhas estrelas
respiram substância impura
estendem-se como raízes
alongando-se
prendem-se à vida para além da vida
esta vida
fumo deste cigarro
imagino sempre algo mais
angustiante é-o sempre o fim
compreendem

segura-me as mãos
peço-te que o faças sem piedade
como todos os que não entendem
todas aquelas personagens
todas cinzentas
cinzas
porque tu ao menos tens lágrimas
sempre as tiveste
assim como eles
dos quais não quero ter mais pena
tu, Tu ao menos lavas-te em beleza
em lágrimas sobre as espirais

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