sábado, outubro 30, 2004

Super Nova

Explosões
O Nada, negro, engole as centelhas
Do lado de lá germina outro mundo. É o principio de Tudo. Trata-se de um Tudo pequenino, com pressa de ser grande, desmultiplicando-se em minúsculas relações, que à primeira vista tendem em ser consideradas como ocasionais. Verifica-se que nada é ocasional. Verifica-se, contudo, que nada é premeditado. É como se o fortuito fosse suposto acontecer. Não por mecanismos, isso não, antes por vontade. É o desejo. Prossegue a construção. Os pequenos elos agigantam-se em prolongadas correntes, como dedos que se cruzam e terminam, alongando-se, em corpos adultos que se abraçam sucessivamente. Constroi-se pela multiplicidade a união. De Tudo se faz um Todo. O Nada é o ventre que acolhe a gestação. Um dia nasce o fruto. Separa-se da raiz e ganha vida própria, não premeditada, ocasional, guiada pelo desejo. Novas explosões se avizinham no espaço deste lado, para se converteram do outro lado, para lá do Nada negro.

1 comentário:

Maria disse...

talvez uma metáfora para uma coisa qualquer apelidadada de vida.
"De Tudo se faz um Todo"

sem mais dizer.



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