domingo, agosto 22, 2004

Vermelho Magenta

De braços cruzados entre os reflexos de vidro e metais brilhantes, ardem as pontas dos cigarros a suspirar fumo intoxicante sobre os panos de cores Africanas. Os espelhos Tunisinos, talhados em doirados e madeira de Oliveira, reflectem os lábios vermelhos a sorver cerveja preta, Belga, nos bancos altos de metal banhado a negro, plástico, com os velho Franceses de cabelos branquinhos a falarem das pinturas rupestres do amarelo oiro dos desertos do Sahara, do verde do Afeganistão, dos olhos castanhos dos Senegaleses curiosos e matreiros. Soa a "alabama song" cantada pela Catherine Sauvage, a emprestar do meu cd um pouco de ambiência de cabaré, enrolando os fumos, as vozes, os copos a tilintar, os cubos de gelo a cair, a entrelaçar todos os sons e imagens com os eRRes arrastados da Catherrrrine. "oui je te Jurrrre....". Quase que estam por lá bailarinas de folhos brancos, pernas traçadas, botins reluzentes, sinais colados no canto da cara, carrapitos ondulados, boquilhas acesas. Os homens dos suspensórios e calças cinzentas a tocarem de sapatos de couro, brancos-negros.
Debruço-me mais uma vez, de braços repousando sobre o bar de madeira Vermelho Magenta, ouvindo o meu "Piano Negro", envolto nos meus pensamentos, a velar a noite, morcego que veio exorcizar o seu sudário nas franjas do imaginário...Magenta.
"Arthur, vai un bicadinho de Bourboun?"- sorriso meio malandro, meio envergonahdo - "só un Fondô". E brinda-se aos desertos, às Vidas. Porque dizia o George: " A Vida é dure!"
Saudades Magenta....

Delirante Magenta...

2 comentários:

Anónimo disse...

As cores, o calor, os cheiros fizeram-me regressar ao Norte de África.
Play it again Sam!

Anónimo disse...

intiresno muito, obrigado