domingo, agosto 01, 2004

Abraço-me

Grito
Rasgo o ventre o céu feito de terra
Leito que não me deixa ser
Grito
Estás dentro de mim
Chama insaciável da minha carne
Renasço aos elementos
Grito
Violentas-me sob a pele vegetal
Parto de longe a ver-me sucumbir
Aos teus braços que esmagam
Que moldam cinzas
Tecem vida
Grito
Amordaçado de dor
Escancarando os pulsos
A tentar morder a forma
Debatendo-me
Caio
Levanto-me
Homem novo
Abraço-me o corpo
Receptáculo da Tua Luz

Abraço-te em mim


1 comentário:

Maria disse...

WoÔ! está lindo, lindo... (e não digas que não).
adorei vir aqui e saber que vou partir com estas palavras.. revi-me nelas.

até à volta.

= )