sexta-feira, julho 16, 2004

RES PUBLICA- a coisa pública

Vim agora mesmo de ver o clube de jornalistas, programa do canal 2, onde passaram pequenos números de qualquer coisa aberrante decorrida na assembleia da república. Entristeceu-me que ambos os intervenientes neste programa tenham considerado esta coisa "aberrante" como algo de normal, descrevendo-a como uma estratégia politica em desenvolvimento nos últimos dois anos. Estratégia que recorre à agressividade e ao humor.
Pois bem, Durão Barroso ataca e insulta, recebendo da sua bancada ( em maioria ) uma aprovação de palmas estrondosa, algo de óbvio, infelizmente. Francisco Louça, um dos alvos favoritos, defende-se, pois considera estar em causa a sua honra, e tenta manter uma postura respeitosa. Durão Barroso em "nova" resposta repete o insulto com as mesmas palavras exactamente, como quem conta o final de uma piada duas vezes. Ouvem-se as mesmas palmas.
Ferreira Leite ataca ferozmente uma personalidade parlamentar, a bancada bate palmas, e no final do discurso volta a repetir o mesmo insulto, a mesma ideia.
Carvalhas faz uma comparação oportuna do primeiro ministro inglês com uma Avestruz, e em seguida, depois de ter sido chamado à atenção pela metáfora usada, termina por pedir desculpa à Avestruz, animal não humano.
Isto é tudo tão bom e tão bonito que eu não tenho de comentar nada. O meu bom senso fica a boiar num limes, aquele que alguns conhecem, que nos imprime a ideia de que somos loucos e só nós ( ou eu somente ), acabamos por ver o que realmente se passa.
Já não sei se o País está em crise ou não.
Diz-me lá oh meu Portugal, estás em crise ou não?
Talvez se deva tudo ao calor.
Talvez se deva tudo á falta de espaço. Lembra-me de ler uma teoria de um sociólogo que ao fazer experiências com ratos, descobriu que o amontoamento tornava a espécie mais agressiva. Pode ser disso.
Já agora, para finalizar, não consigo deixar de imaginar estes politicos ou esgrimistas, ou Gois ou lá o que eles sejam, a gozarem as férias e o sol na mesma praia, com uma bela bebida na mão, enquanto eu vou escavar e rezar para que me paguem o ordenado atempadamente.
 

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