sábado, junho 19, 2004

Na Força dos Rios

Cavam leitos que alteram no lento passar dos tempos a face da paisagem por onde serpenteiam.
Inventam regiões ou mesmo Países, condicionam homens nos seus costumes, circunscrevem línguas.
Constroem Praias, Estuários, deslumbram-se ao erguerem surpreendentes Deltas
A força dos Rios inventou Barcos, contruíu Pontes, edificou Barragens.
Os Rios escrevem Textos, transportam Sonhos, barram Guerras, promovem Herois.
Fingem-se adormecidos e alteram toda a face da monotonia.
Assim se justifica, brevemente, o Fascinio que lhes tenho. Os Rios não têm pressa, sabem mais do que o Tempo, não se regulam pelas horas. Não desistem e continuam em marcha, sobrepondo-se a todos os obstáculos. São anjos que deslizam num pequeno sussurar cheio de vida, cintilando mesmo no meio da noite. E chegam sempre ao seu destino, a não ser que apareçam uns "Espanhois" a reclamarem o seu direito de anterioridade.
A força do Rio só se esbate na possessividade de um espaço governado, espaço este que existía anteriormente a qualquer "Espanhol".
E para quê? Para neles despejarem lixo, o resto das suas vidas apodrecidas. Esta é a forma de matar um Rio, esta é a forma de o poder entristecer, esta é a vingança capaz de barrar o seu caminho!

Sem comentários: