quinta-feira, maio 06, 2004

A propósito de coisas sem sentido

Papoilas carnudas desciam-me pela perna, em passadas sincronizadas, marchadas, como que formando um pequeno exercito.
Abelhas minúsculas zumbíam á minha volta arremessando violentamente ferrões teleguiados. Repolhos cuspíam ameaçadoramente, contra o seu alvo, lagartas de apetite insaciável. Figueiras vermelhas espichavam leite de figo que me colava ao chão e me tornava ainda mais frenético no meio daquele ataque, estava cheio de comichão. Outras árvores lançavam sementes contra o chão, na direcção dos meus pés, e delas brotavam outras árvores que tentavam agarrar-me, que por não conseguirem, levantavam-se para o céu, entrelaçando-se umas nas outras para não me deixar escapar.
Eram tempos de grandes guerras e ninguém queria ficar de fora.

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