sexta-feira, março 12, 2004

A Humanidade: Habitat priveligiado para o crescimento das Dividas


"Se um homem arrancar o olho de outro homem, o olho do primeiro deverá ser arrancado [Olho por olho]."

"Se um homem quebrar o dente de um seu igual, o dente deste homem também deverá ser quebrado [Dente por dente];"

"Se alguém bater no corpo de um homem de posição superior, então este alguém deve receber 60 chicotadas em público."

Extraído do Código de Hammurabi, corpo de leis escritas por volta de 1900 a.c.

O conceito de "DAR E RECEBER" é ensinado desde que somos pequeninos. Se alguém nos dá algo, será de bom tom responder ao seu gesto da mesma forma, sem nos sentirmos obrigados a isso. Contudo, caso não se retribua, entraremos em divida.
Olho por olho dente por dente. A divida é igual entre iguais mas há uns mais iguais do que outros. A frase não é minha.
Haverá uma forma de medir a divida? Algumas delas parecem impagáveis. Acho que para não ficarem de mãos vazias e humilhados perante a sociedade há quem contraia dividas impagáveis de forma a equivaler créditos impagáveis.
Uma verdadeira loucura contabilistica em que os números são feitos de matéria viva, orgânica, pensante, daquela que não é feita em linhas de montagem. Numeros estes que acabam esquecidos em tabelas de estatisticas e cabeçalhos de jornais. Que miséria!


"O Sublime, que reverentemente se curva frente aos grandes deuses; sucessor de Sumula-il; o poderoso filho de Sin-muballit; o escudo real da Eternidade; o poderoso monarca, o sol da Babilônia, cujos raios lançam luz sobre a terra da Suméria e Acádia; o rei, obedecido pelos quatro quadrantes do mundo, adorado de Nini sou eu. Quando Marduk concedeu-me o poder de governar sobre os homens, para dar proteção de direito à terra, eu o fiz de forma justa e correta... e trouxe o bem-estar aos oprimidos."

Que miséria!
Tão justos somos nas palavras, e tão frios somos nos gestos.
Ainda bem que temos poderosos a segurar-nos pelos cabelos quando estamos á beira do precipício. As suas mãos são sapientes.

Sim de facto preferia a Anarquia á mortandade do poder. Mas presumo que não tenha escolha.



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