terça-feira, fevereiro 03, 2004

Impulse

Já não me recordo há quanto tempo não recebia uma flor!
Pois em Coimbra, recebi uma, e logo um cravo que me avermelhou a alma.
Que bom poder relembrar este pequeno prazer sob a forma de uma grande surpresa!
Acho que se devia adoptar o habito dos catalães, que no dia de S. Jordi leva as mulheres a oferecerem flores aos homens, enquanto que estes lhes oferecem livros. O resultado poderia ser o de eventualmente, descobrir a nossa população feminina mais culta, e a falange masculina poderia, quem sabe, ganhar um pouco mais de sensibilidade (talvez deixassem de olhar para as flores como aquelas coisas que se oferecem com achaques de romantismo, no dia dos namorados, ou aquelas coisas onde lhes mijamos quando estamos com os copos. Aquelas coisas, seres vivos.)
Além disso, para os que gostam de pensar nestas coisas através das vertentes económicas, poder-se-ía verificar um crescimento das transações de flores, estimulando o pequeno negócio.Ao ponto de se tornar tão lucrativo que as floristas se espalharíam pelas ruas de Lisboa á semelhança do que acontece em Amsterdão, não deixando de ter um apelo turistico, e portanto, com entrada de divisas estrangeiras.
E, finalmente, gostaria de imaginar os grandes machões lusitanos, que na maioria dos casos se verifica serem adultos imaturos, a ficarem comovidos com uma delicada flor sem ter receio de mostrar o seu sentimentalismo. Seria uma boa melhoria.
Mas esses machões talvez tenham razão, eu sou um lamechas sentimentalista, e os livros de poesia só podem ser escritos por homosexuais...perdão!..Panascas...porque esses têm a mania de ser sensiveis, e toda a gente sabe que a comunidade gay em Barcelona é bastante extensa.
Enfim, traumas de infância para quem teve uma adolescência acelarada e desordenada, e explica a sua instabilidade por esta ordem cronológica.


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