quarta-feira, fevereiro 04, 2004

Dias de Sol em tempos invernosos não são meros acasos !

Os musculos retesados em esforço, comprimem-se sob o condençar do céu em tons de cinzento espesso. Segurando-se ás nuvens que larga depois amorratadas para descansar os braços. Adamastor têm ainda os pés e um braço agrilhoado nas profundezas que se perdem para lá do fundo dos oceanos. Foram os homens arrogantes e incautos que o fizeram cativo. Atraiçoram-no com promessas e esperaram que adormecesse para lhe porem aqueles tormentos cingindo-lhe os membros. Mas ontem uma das algemas rompeu-se, e Adamastor reergueu-se, rugindo à procura das suas forças.
Rodou a cabeça. Rodopiou os olhos que iluminaram a madrugada e fez o dia em cinzas só com o ranger dos seus dentes. Ele vai puxando força com mais força que faz com a carne a suar. Assim aquece a terra e as nuvens amarrotadas deixam passar o sol. O Adamastor voltará a caminhar, e preconizo que seja num dia de azul intenso, com o sol flamejando, e o mar cheio de nuvens amarrotadas a boiar. Caminhará sobre as correntes vencidas!
Caminharás Adamastor! Voltaremos a ouvir o canto do Poeta num dia de acaso!

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