Explosões
O Nada, negro, engole as centelhas
Do lado de lá germina outro mundo. É o principio de Tudo. Trata-se de um Tudo pequenino, com pressa de ser grande, desmultiplicando-se em minúsculas relações, que à primeira vista tendem em ser consideradas como ocasionais. Verifica-se que nada é ocasional. Verifica-se, contudo, que nada é premeditado. É como se o fortuito fosse suposto acontecer. Não por mecanismos, isso não, antes por vontade. É o desejo. Prossegue a construção. Os pequenos elos agigantam-se em prolongadas correntes, como dedos que se cruzam e terminam, alongando-se, em corpos adultos que se abraçam sucessivamente. Constroi-se pela multiplicidade a união. De Tudo se faz um Todo. O Nada é o ventre que acolhe a gestação. Um dia nasce o fruto. Separa-se da raiz e ganha vida própria, não premeditada, ocasional, guiada pelo desejo. Novas explosões se avizinham no espaço deste lado, para se converteram do outro lado, para lá do Nada negro.
sábado, outubro 30, 2004
Super Nova
Publicada por Artur à(s) 9:15 da tarde
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1 comentário:
talvez uma metáfora para uma coisa qualquer apelidadada de vida.
"De Tudo se faz um Todo"
sem mais dizer.
= )
*
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