EU:
Não! Não quero, recuso-me a aceitar que tenho de o fazer.
Não me podem forçar a acreditar. Recuso-me! Determinantemente!
Prefiro negar tudo, manter uma aparente realidade, que sim, que é a que mais me convém.
Reclamo para mim o direito de viver nem que seja um sonho, mas viver, ao invés
de murchar entre sujeições, obrigações, e as demais desesperantes imposições, forçadas
por algo que nunca escolhi, que me foi arremessado para cima como se um pesado pano
preto se tratasse, e tratasse, de me tapar os olhos, os sentidos, a mão que se inquieta em
tocar aspirando o que realmente escolheu para si. Mas não, não a deixam repousar o tempo
suficiente para lhe guardar o calor e resistir a mais um inverno. Sempre que se afasta
sujeita-se a novo padecimento, um daqueles a que não nos podemos habituar ou morre-se
enregelado no esquecimento do próprio sangue convertido em Frio. Recuso-me a sujeições,
prefiro idealizar. Dizem que é perigoso fazê-lo, mas aprendi a reinventar e abusarei deste
deste exercicio até que me perca da realidade, se a realidade, porventura ou razão,
continua a ser esta que não quero. Esta que não quero de facto não me agrada.
Não não, esta não quero! Finco pés. Bato as solas. Chamem-me o que quiserem, mas esta
Eu não quero!
segunda-feira, novembro 01, 2004
Esta minha negação
Publicada por Artur à(s) 7:13 da tarde
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2 comentários:
chama-se vontade de viver.
e caminhar no sentido que aparenta ser o inverso mas que tu sabes bem que é o teu.
um texto cheio de raiva e punhos a socar contra o ar letal que se tenta sobrepor.
um sujeito que não dá tréguas.
texto letal.
*
doi-me por vezes a tua inquietude. mas sei que enquanto te revoltares e não deixares de gritar tudo só pode correr bem, porque tudo se torna Possível, e não tenho medo.
sinto-me segura na tua insanidade
porque sei ser capaz de te adormecer quando a distância não nos fustiga a pele, meu Artur.
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