terça-feira, janeiro 25, 2005

Momento critico

Parece uma revolta de esferas de vidro
a água a rugir na fervura da panela
parece que me puxa que me quer queimar
e nem mesmo escondendo os ossos em silêncio seco
porque nada me resta para além de ossos
por mais que esconda as unhas entre um fechar de gavetas
encerradas com a violência de um pontapé
não creio que uma pestana caia no chão e abra a terra
erguendo-se dessa falha abismal as culpas de outras falhas,
-Aladas. Não!
Há falhas que são pesadas
Lançam-nos os ombros não os rostos de encontro à merda
e ali ficamos pensativos de membros distendidos
Quais as vantagens de viver num frasco de formol?
Bem...os ossos não se partem e não perdem a brancura
Não chegam sequer a ganhar a pátine do abandono
Acima de tudo não se queimam se nada tocam